Os livros da minha infância 
 
 
 
   
Contos Tradicionais Portugueses, Organizados por José Gomes Ferreira e ilustrados por Maria Keil

Os Desastres de Sofia, Condessa de Ségur

O Rapaz dos Hipopótamos, Escrito por Margaret Mahy e ilustrado por Steven Kellog

Colecção Anita, Editora Verbo

O Meu Primeiro Livro de Cozinha, Editora Verbo


Dora Isabel Batalim


Nasceu em Lisboa, em 1969. É licenciada em Línguas e Literaturas Modernas pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, estudou Sociologia e Ciências da Educação e especializa-se em Estudos do Livro e da Literatura Infanto-Juvenil. É colaboradora do Sector de Educação da Fundação Calouste Gulbenkian, trabalha com a Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas, onde criou a Comunidade de Leitores do Livro Infantil, que orienta e que se destina ao público adulto. Professora de Literatura Infantil nos cursos de licenciatura e mestrado da Escola Superior de Educação de Infância Maria Ulrich, dá formação nas áreas de Literatura, Promoção da Leitura e Bibliotecas Escolares e é também coordenadora e professora da Pós-Graduação em Livro Infantil da Universidade Católica de Lisboa.
Feitiços eternos mais que perfeitos


Assim que eu fui uma vez, foram também os livros. Não me lembro de não ter acontecido sempre assim (e para sempre), de todas as maneiras possíveis. Adorava os seus volumes, pesos e tamanhos diversos, o papel das folhas, ora macio, ora mais áspero, os fios que saíam dos limites quando as páginas tinham de ser abertas lá em casa com uma faquinha ou as ondas recortadas como rendas miúdas duns livros de uma colecção quadrada, muito mole, cujo nome não recordo. Passeava-lhes os dedos vezes sem conta nesse rebordo, antes de os abrir. Quando comecei a perceber que a história propriamente dita só começava depois de algumas páginas, intrigava-me com as guardas quando eram ilustradas, por causa da liberdade que tinham na composição de elementos soltos. Eu já os distinguia como não narrativos e por isso passava horas a tentar investigar o que teriam a ver com a história. Na maior parte das vezes, eram apenas uma imagem de marca relativa à colecção, mas as pontes que lhes inventava acrescentavam muitas coisas à história que se ia seguir. Os livros da Anita repetiam vários animais em fundo verde. Noutra colecção havia urso de garfo e faca na mão. Funcionava para mim como o leão da MGM antes de começarem os filmes, adorava-o. Mas só muito mais tarde descobri que aquilo que tinha no canto superior direito do lábio não era uma borbulha mas a língua em sinal de gulodice, a rimar com os talheres e com o guardanapo em forma de babete. Onde fui eu buscar a maldita borbulha?
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