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Partindo do ciclo das águas, nesta obra encontra-se uma cativante ficção poetizada, nascida da vitalidade da natureza. A Gotinha de Água, «vestida de esmeralda e luar» - note-se a simbologia deste vestuário -, aparece como um ser humanizado, uma menina com uma alegria contagiante, divertida e traquina, que ri, que brinca com as irmãs e com os peixinhos, que joga às escondidas e que se diverte a beijar as pernas e os cabelos dos meninos na praia. A intemporalidade da narrativa transparece da fórmula de abertura, ao sabor tradicional. Conta-se como vive a Gotinha de Água, quais os caminhos que percorre e em que espaços se encontra, relatando-se entusiasticamente como a sua vida é essencial para outras vidas. Representa-se a aventura cíclica da água, elemento cósmico primordial através da viagem da Gotinha e das suas irmãs que partem da sua casa, o Mar imenso, e percorrem as nuvens, a chuva, a terra, uma fonte, um ribeiro, uma barragem, um estuário de um grande rio, para regressarem novamente às águas neptunianas. O percurso vital e feliz da menina Gotinha e das suas irmãs finaliza exactamente onde começou - no Mar - para não terminar nunca. Lemos, assim, a história da Menina Gotinha de Água como um leve cântico exaltatório da natureza, espécie de hino suave, no qual não faltam as referências a elementos do espaço marítimo (os peixinhos, as algas, as anémonas, as baleias, etc. etc.) e do espaço terrestre (flores, abelhas, searas, árvores, frutos, grilos, melros, sapos, rolas, cigarras, etc. etc.) em perfeita harmonia. |Sara Reis da Silva
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Título A Menina Gotinha de Água | Autor(es) Papiniano Carlos, Joana Quental (Ilustrador) | Tipo de documento Livro | Editora Campo das Letras | Local Porto | Data de edição 1991 | Área Temática Viagem, Natureza, Ciência, Maravilhoso | ISBN 972-610-130-1 | |
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