ARSÉNIO MOTA
Nasceu em Bustos, Oliveira do Bairro, em 1930, e reside no Porto desde 1963, cidade onde exerceu até se aposentar a profissão de jornalista, cidade onde exerceu até se aposentar a profissão de jornalista. Desde 1955, publicou cerca de quarenta obras nos domínios da poesia (sob pseudónimo), crónica, ficção, estudos e ensaios diversos. Desde 1985 é também autor de contos para crianças – uns quinze títulos. Fez crítica literária, organizou antologias e escreveu prefácios, além de colaborar em livros de autoria colectiva. Muita da sua obra encontra-se dispersa por jornais e revistas.Fez parte dos corpos gerentes da Sociedade Portuguesa de Autores, do Centro de Formação dos Jornalistas e da Secção Portuguesa do IBBY. Pertence também à Associação Portuguesa de Escritores. |
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TUDO DE CAMBULHADA
A casa dos meus pais não tinha estante de livros, iniciei-a eu. De qualquer modo, havia então pouco mais e pouco melhor por onde escolher mesmo ao alcance de uns poucos citadinos felizes. Aqueles caderninhos baratuchos descobri-os e comprei-os com 12-13 anos. Que regalo! A seguir chegaram pelo correio Salgaris e Vernes em corropio e as edições do jornal O Mosquito, entremeando leituras emprestadas de Alexandre Dumas e romances em folhetins soltos infindáveis, que por vezes iam comigo para o cimo das árvores para serem lidos em sossego. A seguir a seguir, aí por volta dos 14-15 anos, surgiram-me as leituras de La Fontaine, Andersen, Dickens, Stevenson, antecipando Pearl S. Buck das Histórias Maravilhosas do Oriente, A. A. Milne da Joanica-Puff, o J. M. Barre do Peter Pan, o Lewis Carroll… Tudo de cambulhada, sem critério ou programa, numa liberdade livre feita pelo acaso dos papéis que me vinham à mão. |