RITA TABORDA DUARTE
Nasceu em Lisboa, em 1973. Actualmente é assistente na Universidade da Beira Interior e prepara o doutoramento em Literatura Portuguesa Contemporânea. Colaborou regularmente com crítica literária, sobretudo de poesia, no suplemento Mil-Folhas do Público. Em 2002, recebe uma Bolsa de Criação Literária, do Ministério da Cultura, de que resultaram os livros Na Estranha Casa de um Outro e Os Sentidos das Coisas. Em 2003 recebeu o prémio Branquinho da Fonseca (Expresso/Gulbenkian), com o seu primeiro livro infantil, A Verdadeira História da Alice, com ilustrações de Luís Henriques. |
|
|
|
LIVROS QUE CARREGO NA MEMÓRIA
Da Menina do Mar (além das letras a verde da edição das Figueirinhas, a rimar com o mar do polvo e do caranguejo), recordo a beleza da escrita a persistir lado a lado com a história. A mesma consciência terá surgido um pouco mais tarde, ao ler Rosa, minha irmã Rosa, de Alice Vieira. Não terá sido conscientemente, mas o certo é que dei o nome de Mariana à minha filha. A mente humana lá terá os seus meandros, e a literatura os seus poderes ocultos. As “Alices” e o Principezinho tanto andaram, por lá, a cirandar pela memória que, a certa altura, não puderam mais suportar a clausura e simplesmente saltaram, sem prévio aviso, sem apelo nem agravo, para o meu livro A verdadeira História da Alice. A verdade é que a escrita não é mais do que uma variação da leitura… |